terça-feira, 7 de janeiro de 2014

P.

Nasci em Novo Hamburgo, dia 24 de agosto de 1999. Minha vida toda foi normal, igual a de qualquer um.
Teve uma época em meu bisavô por parte de mãe morreu, foi um choque. Depois de alguns meses minha bisavó por parte de pai também morreu.
Em outubro de 2011 minha mãe fez uma cirugia de redução de estômago, ela era professora, passava mais tempo na escola do que em casa, mas para mim era uma beleza, eu estudava nas mesmas escolas que ela dava aula, então era tranquilo para mim. Durante alguns anos eu estudava de manhã e ficava a tarde toda com ela na escola, eu adorava ajudar a cuidar das turmas.
Mas voltando ao assunto, minha mãe fez uma cirugia e no ano seguinte ela começou a ter complicaçoes, o médico tinha grampeado de mais o estômago dela, assim nada parava lá dentro. Ela passava mais tempo no hospital do que em casa.
Um dia minha avó por parte de pai começou a ter complicaçoes, ninguem me dizia nada, então um dia meu avô levou ela para Porto Alegre para consultar, dois dias depois ela foi para o pior hospital da minha cidade, era de noite, uma sexta-feira.
Lembro que minha mãe levou eu e a minhas duas irmãs e meu cunhado para casa e ela voltou para o hospital, minhas duas irmãs e meu cunhado dormiram, eu não dormir, às 23h minha tia bateu na porta do meu tio e eu escutei, logo depois eu ouvi minha mãe nos chamando para dar a notícia que a minha avó tinha falecido. Aquela noite foi muito ruim para todos nós.
Três meses depois, minha mãe baixou o hosital por que ela não estava bem, nada parava no estômago dela, ela estava sempre vomitando, ela ficou baixada e durante um tempo, meu pai estava começando a fazer a carteira de motorista, assim não tinha ninguém para ficar lá com ela, então eu me ofereci, porque minha irmã mais velha cobrou R$50,00 do meu pai para cuidar da minha mãe. Eu fiquei uma semana lá, dia e noite cuidando de minha mãe.
Hoje tenho orgulho de dizer que cuidei da minha mãe, passei bons e os maus momento com ela.
No dia 17 de agosto de 2013 eu estava passando uns dias lá na minha tia e de tarde meu pai ligou lá do hospital para dizer para minha tia que a minha mãe tinha ido para a UTI, o caso era grave, lembro que minha tia me chamo e disse chorando que a minha mãe estava na UTI.
No outro dia meu pai ficou de vir me buscar para ir ver ela no hospital, porque o médico disse que ela não iria passar daquela noite, mas ele não conseguiu, não tinha mais ônibus.
No dia seguinte meu pai veio me buscar, para ir ver ela, era um dia chuvosos, passamos em casa para pegar a minha irmã só que ela já não estava.
Quando cheguei lá os melhores amigos da minha mãe e meu avô estavam lá. Quando entrei e vi minha mãe cheia daqueles tubos e de olhos fechados de tanto chora eu só consegui dizer uma coisa, "MÃE EU TE AMO", foi muito ruim para mim e para minha irmã menor, lembro que quando eu disse aquilo, deitei no braço dela. Eu não conseguia me conformar que ela iria nos deixar, depois meu pai me levou para casa da minha tia de novo porque ele iria ficar na casa da minha outra tia, já que era perto da funerária.
Neste dia a tia tinha um café na igreja e a outra tia foi junto, nem 5 minutos depois elas voltaram com a cara fechada, até que uma delas me chamou e disse que a mãe tinha morrido, eu não me aguentei. Logo depois chegou a minha irmã mais velha trazendo a minha irmã mais nova, porque ela iria buscar a minha avó por parte de mãe.
A meioa noite nós fomos para a funerária, cheguei junto com o corpo da minha mãe eu fiquei a noite toda lá do lado dela, a minha irmãzinha que na época tinha 4 anos, conseguia entender tudo oque estava acontecendo, ali alguns minutos depois minha irmã mais velha chegou com a minha avó, meu cunhado e meu avô.
Fiquei muito tempo abraçada com a minha irmã, ela agora para mim é como se fosse uma 2º mãe, ela se preucupa comigo, minha tia não deixou eu ficar a noite toda lá, dai eu fui dormir. Quando acordei de manhã, parecia que eu tinha tido um pesadelo, então perguntei para minha tia se era verdade, infelizmente era. Meu tio veio buscar a gente de manhã, aquele dia foi o pior da minha vida, até hoje eu penso que não é verdade, fico me perguntando porque isso comigo.
No entanto a vida continuou, quatro meses depois meu pai arrumo outra mulher, uma lá de Goiás. Nem quero entrar em detalhes, mas no começo todo mundo achava que ela era boazinha, legal, que não tinha nenhum problema na cabeça, mas nós estávamos enganados, ela foi e voltou 3 vezes, diz que vai embora e nunca vai. Uma vez ela foi por minha causa, mas ela acabou voltando, eu e ela brigamos mais que duas irmãs, agora ela foi cuidar da mãe dela e voltou, achei que ela tinha melhorado mas me enganei.

Nestes últimos dias ela me pegou pelo braço e me chamou de vagabunda, eu e ela não nos damos nem oi e nem tchau, nem nos falamos, mas vou levando a vida.

Está aí um pouco da minha História.

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