segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ÚLTIMAS HISTÓRIAS DE VIDA DE 2013

E.
Vou contar um pouco de minha vida.
Quando eu era pequeno, morávamos em uma olaria em Serafina Corêa, lá não era nada fácil, não era bem uma casa, só tinha 4 palanques plantados no chão e o teto era muito ruim, era todo aberto dos lados, quando chovia nós tíamos que ir na casa dos amigos de minha mãe.
No inverno é muito ruim, nós tínhamos poucas cobertas, assim dormíamos todos juntos e mesmo assim passávamos muito frio.
Depois de um tempo fomos morar em Bento Gonçalves, minha mãe alugou um puxadinha onde morávamos em 9 pessoas. A casa era muito pequena, tinhamos que dormir todos juntos, foi muito ruim.
Minha mãe, minha tia e meu tio trabalhavam para sustentar nós, muitas vezes não tivemos o que comer, era um pedacinho de pão para cada um, as vezes eles ficavam sem para dar para nós, assim não foram poucas as vezes que eles foram sem comer sem comer para o trabalho. Chegaram a ficar sem comer até dois dias.
Nesta terrí
Vou contar um pouco de minha vida.


Quando eu era pequeno, morávamos em uma olaria em Serafina Corêa, lá não era nada fácil, não era bem uma casa, só tinha 4 palanques plantados no chão e o teto era muito ruim, era todo aberto dos lados, quando chovia nós tíamos que ir na casa dos amigos de minha mãe.

 No inverno é muito ruim, nós tínhamos poucas cobertas, assim dormíamos todos juntos e mesmo assim passávamos muito frio.

Depois de um tempo fomos morar em Bento Gonçalves, minha mãe alugou um puxadinha onde morávamos em 9 pessoas. A casa era muito pequena, tinhamos que dormir todos juntos, foi muito ruim.

Minha mãe, minha tia e meu tio trabalhavam para sustentar nós, muitas vezes não tivemos o que comer, era um pedacinho de pão para cada um, as vezes eles ficavam sem para dar para nós, assim não foram poucas as vezes que eles
vel situação minha mãe teve que dar um jeito, assim, depois de um tempo minha mãe voltou para Serafina, fomos morar numa casa de madeira quase caindo, não tínhamos o que fazer. Então minha mãe conheceu um homem e os dois decidiram morar juntos, ele arranjou serviço em uma colônia então fomos morar lá.
A partir daí começamos a melhorar de vida, mas não era nada fácil, tinham que cuidar de uma terra muito grande em dois, eram 140 hectares de terra com muitas cabeças de gado. Tinham que tirar leite todos os dias, começavam as 7h e terminavam as 11h30mim, eram mais de 200 cabeças de gado, a vida para eles não era nada fácil. O dinheiro que eles ganhavam, ia só para o nosso sustento. Nos finais de semana, minha mãe carregava frango, ela sofria muito, meu padrasto cuidava das cabeças de gado, depois de um tempo fui crescendo e comecei a ajudar eles.
Nesta época conheci um casal que morava de baixo da minha casa, eles eram muito gente fina, teve um dia que fiquei na casa deles até de noite, eu tinha 10 anos, meus pais ficaram preocupados comigo e foram me procurar, eles me acharam na casa dos vizinhos, começarm a conversar e na hora de ir para casa eu não queria ir, comecei a chorar e eles me deixaram ali.
De manhã cedo fui para casa ajudar meus pais, mas quando chegou a noite fugi para lá de novo, quando vieram me buscar eu não quis ir novamente. Assim, com o tempo eu não queria mais ir para casa, queria só ficar ali com aquelas pessoas.
Até que chegou o dia minha mãe se desentendeu com o meu padrasto, eles se separaram e nós fomos morar em Bento com meus parentes, mas ficamos pouco tempo lá e viemos para Guaporé.
Nessa época o pai das minhas irmãs, e de meu irmão, vinha buscar eles todos os finais de semana para levá-los na colônia, ele também me levava. Teve um dia que era para mim ir para lá, mas foi o meu irmão e os meus dois primos, eu queria muito ir, mas minha mãe não deixou, ela teve que me segurar porque se não eu ia correr atrás do carro, naquela dia chorei muito.
Quando meus irmãos estavam voltando, na metade do caminho, o corsel estragou, daí o irmão do pai dos meus irmãos ligou para o irmão dele vir buscá-los de fusca. O caro tinha estourado o motor, então eles embacaram no fusca, andaram 100 metros e um ônibus bateu no carro, meus três irmãos faleceram, meu tio, o pai de meus irmãos também, meus dois primo se salvaram, meu primo fraturou a cabeça e minha prima moeu as duas pernas.
Quando veio a notícia que meus irmãoo falaceram eu não acreditei, entrei em desespero, pensei, perdi as pessoas que eu mais gostava. No outro dia nós fomos no inteiro e eu ainda não acreditava que meus irmãos tinham falecido, mas quando eu cheguei lá, daí sim eu acreditei, comesei a chorar muito.
Depois do acidente fiquei traumatizado, tive que ir em uma psicóloga por um ano e meio e mesmo assim eu não parava de pensar nos meus irmãos, queria muito eles, não parava de chorar, ficava dias sem comer nada, minha mãe sempre me falava que mais cedo ou mais tarde eu tinha que superar isso, tinha que aceitar, mas mesmo assim eu não tirava eles da cabeça.
Passado um tempo, fui esquecendo eles, comesei a pensar que com ou sem eles tinha que seguir em frente. Daí minha mãe se ajuntou com outra pessoa, ele era muito legal, ficaram casados um ano se separaram, os pais dele tiveram que ir embora por causa da doença que o filho dele tinha, o tratamento só era feito em São Paulo, ele não queria ir, queria ficar com nós, mas minha mãe falou para ele ir por que os pais dele já estavam velhos e ele concordou, tinha que cuidar deles.
Dois anos depois minha mãe esqueceu (não para sempre) e se ajuntou com outra pessoa, fomos morar em Caxias do sul, cuidar de terras e cabeças de gado, nesta época eu já estava com 13 anos, já sabia me virar um pouco, tinha que lavrar a terra com o trator, eu ainda era meio pequeno, mas mesmo assim eu tinha que lavrar para fazer a plantação.
Ficamos morando ali 1 ano, minha se desentendendeu com o marido e separou, voltamos para Guaporé, eu fui morar com meu avô na colônia em Vespasiano Corêa.
Ali também não foi fácil, tinha que fazer tudo, então fui embora dali, fui morar em outra colônia, minha mãe já estava com outra pessoa, fique morando um ano ali, daí minha mãe, o marido dela e eu fomos morar em Guaporé.
Hoje eu tenho 16 anos, trabalho com polimento, minha mae é encostada e meu padrasto trabalha de carregar frango. Estudo na Escola Alexandre Bacchi e sou meio fuliento na sala de aula. Atualmente namoro e espero que dure bastante tempo.
Para quem leu essa história e sonha eu digo, nunca deixe de sonhar, cedo ou tarde se a gente batalhar aos poucos tudo vai se realizar.

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