segunda-feira, 17 de setembro de 2012

HISTÓRIAS DE VIDA 2011 E 2012


Segue abaixo as histórias de vida produzidas em 2011 e 2012. As histórias estão postadas com nomes fictícios ou com as iniciais dos nomes dos alunos. Os escritores foram os alunos do Programa de Aceleração, a turma 63 do ano de 2011 e a turma 63 do ano de 2012. As histórias foram postadas coletivamente para dificultar a identificação dos alunos e garantir o anonimato, entre as histórias encontram-se fotos dos momentos que vivenciamos no decorrer do ano letivo.

Parabéns á todos os escritores pelas emocionantes histórias de vida, definitivamente vocês são Os Heróis da Vida Real. Obrigada por terem contribuído para o sucesso do nosso blog e sigam lendo, se emocionando e comentado as histórias isso contribui para a valorização e para a evolução de cada um que decidiu socializar as suas vivências.

Um forte abraço!

Professora Cíntia Lamonatto
 

Parabéns alunos da 63 pelo belíssimo cartaz da Independência que produziram










segunda-feira, 3 de setembro de 2012

P.


Meu nome é P., tenho 14 anos, nasci no dia 23 de setembro de 1996.
Quando eu nasci, meu pai e minha mãe ainda estava m juntos, até que um dia eles se separaram. Meu pai era alcoólatra, saia com os amigos para beber e quando ele voltava era só briga, eles brigavam muito, ainda quando ela estava grávida.
Foi nestas saídas dele que ele conheceu minha madrasta. Minha mãe já apanhou dele,  daí ela denunciou e ele foi preso, mas não ficou nem um dia.
Dois meses depois deste tumulto eu nasci, era dia 23 de setembro de 1996, duas horas da tarde, acho eu que ficaram felizes com a minha chegada.
Do meu nascimento em diante deram uma pausa nas brigas. Uma vê quando eu era pequena meu pai me deu um tapa, minha mãe conta que ele foi preso, acho que é por isso que eu sou meio pirada hoje.
Minha mãe também não era nem uma santa, ela tinha os casos dela escondido, imagina que depois de um certo tempo ela foi embora no porta malas do carro do amante dela, então fiquei com meu pai, eu tinha nove meses.
Como era de se imaginar, deu m., meu pai foi para o juiz e disseram que se ele não arrumasse uma mulher iam me tirar dele e me colocar em um orfanato. Viu? Desde pequena já estava definido que o meu destino era um orfanato.
Então meu pai se juntou com a B., minha futura madrasta, mas eu nunca chamei ela de mãe.
Assim fui crescendo, e com cinco anos já sofria muito, minha madrasta me maltratava, me batia muito, de sair sangue, e ainda me ameaçava, dizia que se eu falasse para alguém ia ser bem pior, então eu apanhava e ficava quieta.
Depois minha avó de Porto Alegre, veio morar com nós, então as coisas começaram a melhorar, ela não deixava ninguém me bater.
Teve uma vez, nunca me esqueço, todo mundo tinha saído de casa e eu fiquei sozinha com ela, não lembro direito o que eu tinha feito, sabe como é criança né? Lembro que eu estava brincando lá fora e ela me chamou, fechou a porta e me pegou no cabelo, me deu um tapão na cara, ponta pés e me jogou contra a pia, daí eu bati o nariz e começou a sair sangue, depois ela esfregou pimenta na minha boca e me mandou lavar o rosto, quando eu saí do banheiro ela colocou um anel e disse que se eu contasse para meu pai ela ia me bater com aquele anel para mim aprender. Quando meu pai chegou em casa ele viu que meu nariz e minha boca estavam inchados, ele perguntou o que tinha acontecido daí ela falo que eu estava correndo e tinha caído, ainda tive que ouvir meu pai falndo para mim não correr feito louca.
Tempos depois minha amastra engravidou, veio a L.. Eu não fiquei muito feliz, e até hoje acho muito ruim, Deus que me perdoe! Depois nasceu a E., eu gosto dela e ela é louca por mim, mas eu não sou tanto por ela.
Fui  crescendo com muitas mágos no coração. Minha principal mágoa foi a de não ter a mãe por perto, de não ter aquele amor e carinho que só uma mãe pode dar. Eu nunca tive, tem muita gente que tem e não dá valor, só depois que perde e as vezes nem assim.
Assim, segui suportand o minha vida. Quando tinha 11 anos já não estava mais ali para eles. Nessa época, quando apanhava fugia de casa, daí eles mandavam o conselho e as vezes até a polícia atrás de mim. Chegava a ficar dois ou três dias fora de casa e para mim estes eram os melhores dias .
Mas o tempo  foi passando e começou ficar chato, o estudo não tinha mais graça para mim, sabia que era importante, mas mesmo assim só queria saber de me meter em confusão. Chamaram meu pai muitas vezes no Conselho e no Fórum, principalmente por causa das faltas na escola, disseram que se eu não fosse para a escola, meu pai teria que pagar hora ou seria preso.
Hoje em dia sinto muita pena dele pelas coisas que fiz ele passar, fiz muitas burradas e ele é quem teve que pagar, não acho isso justo.
No final de 2009 conheci minha mãe, foi muito legal, chorei muito por todo esse tempo que ela poderia estar comigo e não esteve. Depois deste dia, muitas vezes que eu apanhei da minha madrasta me escondi na casa da minha mãe.
(História não concluida)

Escritores da vida visitam o blog e se emocionam ao ver suas histórias