Meu nome é P., tenho 14 anos, nasci no dia 23
de setembro de 1996.
Quando eu nasci, meu pai e minha mãe ainda estava m
juntos, até que um dia eles se separaram. Meu pai era alcoólatra, saia com os
amigos para beber e quando ele voltava era só briga, eles brigavam muito, ainda
quando ela estava grávida.
Foi nestas saídas dele que ele conheceu minha
madrasta. Minha mãe já apanhou dele, daí
ela denunciou e ele foi preso, mas não ficou nem um dia.
Dois meses depois deste tumulto eu nasci, era dia
23 de setembro de 1996, duas horas da tarde, acho eu que ficaram felizes com a
minha chegada.
Do meu nascimento em diante deram uma pausa nas
brigas. Uma vê quando eu era pequena meu pai me deu um tapa, minha mãe conta
que ele foi preso, acho que é por isso que eu sou meio pirada hoje.
Minha mãe também não era nem uma santa, ela tinha
os casos dela escondido, imagina que depois de um certo tempo ela foi embora no
porta malas do carro do amante dela, então fiquei com meu pai, eu tinha nove
meses.
Como era de se imaginar, deu m., meu pai foi para o
juiz e disseram que se ele não arrumasse uma mulher iam me tirar dele e me
colocar em um orfanato. Viu? Desde pequena já estava definido que o meu destino
era um orfanato.
Então meu pai se juntou com a B., minha futura madrasta,
mas eu nunca chamei ela de mãe.
Assim fui crescendo, e com cinco anos já sofria
muito, minha madrasta me maltratava, me batia muito, de sair sangue, e ainda me
ameaçava, dizia que se eu falasse para alguém ia ser bem pior, então eu
apanhava e ficava quieta.
Depois minha avó de Porto Alegre, veio morar com
nós, então as coisas começaram a melhorar, ela não deixava ninguém me bater.
Teve uma vez, nunca me esqueço, todo mundo tinha
saído de casa e eu fiquei sozinha com ela, não lembro direito o que eu tinha
feito, sabe como é criança né? Lembro que eu estava brincando lá fora e ela me
chamou, fechou a porta e me pegou no cabelo, me deu um tapão na cara, ponta pés
e me jogou contra a pia, daí eu bati o nariz e começou a sair sangue, depois
ela esfregou pimenta na minha boca e me mandou lavar o rosto, quando eu saí do
banheiro ela colocou um anel e disse que se eu contasse para meu pai ela ia me
bater com aquele anel para mim aprender. Quando meu pai chegou em casa ele viu
que meu nariz e minha boca estavam inchados, ele perguntou o que tinha
acontecido daí ela falo que eu estava correndo e tinha caído, ainda tive que
ouvir meu pai falndo para mim não correr feito louca.
Tempos depois minha amastra engravidou, veio a L..
Eu não fiquei muito feliz, e até hoje acho muito ruim, Deus que me perdoe!
Depois nasceu a E., eu gosto dela e ela é louca por mim, mas eu não sou tanto
por ela.
Fui
crescendo com muitas mágos no coração. Minha principal mágoa foi a de
não ter a mãe por perto, de não ter aquele amor e carinho que só uma mãe pode
dar. Eu nunca tive, tem muita gente que tem e não dá valor, só depois que perde
e as vezes nem assim.
Assim, segui suportand o minha vida. Quando tinha
11 anos já não estava mais ali para eles. Nessa época, quando apanhava fugia de
casa, daí eles mandavam o conselho e as vezes até a polícia atrás de mim.
Chegava a ficar dois ou três dias fora de casa e para mim estes eram os
melhores dias .
Mas o tempo
foi passando e começou ficar chato, o estudo não tinha mais graça para
mim, sabia que era importante, mas mesmo assim só queria saber de me meter em
confusão. Chamaram meu pai muitas vezes no Conselho e no Fórum, principalmente
por causa das faltas na escola, disseram que se eu não fosse para a escola, meu
pai teria que pagar hora ou seria preso.
Hoje em dia sinto muita pena dele pelas coisas que
fiz ele passar, fiz muitas burradas e ele é quem teve que pagar, não acho isso
justo.
No final de 2009 conheci minha mãe, foi muito
legal, chorei muito por todo esse tempo que ela poderia estar comigo e não
esteve. Depois deste dia, muitas vezes que eu apanhei da minha madrasta me
escondi na casa da minha mãe.
(História não concluida)