quarta-feira, 14 de agosto de 2013

D.

Oi ! meu nome  é D., tenho 12  anos e  quero que vocês  conheçam  a  minha história.  Quando eu e a minha irmã éramos pequenas, a minha  irmã tinha  quase leucemia, teve  gente que teve que doar  sangue  para ela.
Eu tinha que ficar com  a dinda da Dani,  porque não tinha ninguém para mim ficar. Meu pai só ia onde não devia, nem comprava comida para nós, minha mãe tinha que bater nas portas   para pedir comida. Quando eu e a minha irmã íamos brincar com nosso pai, ele empurrava nos contra parede e no sofá, a  minha mãe não gostava.
Depois quando nós tínhamos 5 anos, nosso pai tirou nós da nossa mãe, eu e a minha irmã choramos bastante aquele dia porque nós queríamos ficar com a  nossa mãe. Lembro que quando meu pai foi nos levar para o carro, eu não queria, fiz força para não ir, mas ele tinha mais força que eu, então tive que ir.
Quando o carro estava andando eu abri a porta para pular, mas minha avó viu e não deixou,  fechou a porta e mandou eu sentar no meio, eu não queria, mas ela me fez ir a força.
Depois de algum tempo fomos morar com a minha avó, ela era muito chata, nós não podia nem ir na nossa tia, que ela falava um monte de coisa.
Um dia eu  e  a D. fomos  lá na nossa tia, daí meu avô foi lá com uma vara  e  mandou eu  e a Dani sair dali e  começou  a  dar  varadas em nós, deu uma até na minha tia.
Em alguns  meses nós  começamos a estudar na escola de Camargo, era bem legal lá, mas no meio do ano meu pai levou nós morar em Serafina Corrêa com a minha madrasta. No começo ela  era legal, mas depois ela ficou muito chata, ela tinha duas filhas, as mais chatas do mundo, quando elas se quebravam  ou se davam tapas, era tudo sempre culpa nossa, depois nós apanhávamos do nosso pai.  Apanhávamos de cinta, vara com espinhos, chinelo, borracha de pneu de caminhão e tapa na cara.
Uma noite, as filhas da minha madrasta colocaram culpa em nós novamente, então apanhamos, meu pai  pegou a minha cabeça e bateu no ferro da cama, ficou roxo, e a D. levou um chute.
No dia seguinte eu e a D. descemos na parada das nossas amigas e de tarde a Dani  e a amiga dela foram denunciar meu pai.
Quando eu e a minha amiga fomos no mercado nós encontramos a D. e a amiga dela, daí nós fomos na Assistência Social, em poucos minutos meu pai veio e começou a me puxar pelo braço, doeu.
Daí a Assistente Social falou com nós, dali um pouco mandaram meu pai casa e nós viemos para Guaporé com o Conselho Tutelar, depois voltamos para Serafina Corrêa e ficamos na nossa casa mais um dia.
No dia seguinte nós estávamos em uma palestra na escola, d aí apareceu o Conselho para levar nós para almoçar, ficamos com eles até a uma hora, depois fomos para o Lar.
Quando cheguei no portão, achei que era uma creche, mas não era! Lembro que nós entramos e a tia mostrou o lar para nós, foi muito legal. Dois dias depois nós começamos a estudar na Escola Alexandre Bacchi, gostei muito da escola e dos professores, fiz amigos já no primeiro dia, brinquei com eles e me diverti muito.No final do ano fui aluna ouro.
O ano seguinte também foi muito bom, participei do Programa do PROERDI e fui aluna ouro outra vez.
Agora, neste ano, estou mais feliz do que antes, consegui encontrar minha mãe e estamos indo visitá-la, isso para mim foi um milagre de Deus. Um coração alegre faz o rosto mais bonito.
Eu não gostava do meu pai, mas hoje gosto. Aprendi que devemos amar uns aos outros cordialemnte, com amor fraternal, preferindo-vos em honra, uns aos outros. Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam.
Obrigada por lerem minha história. 

    


    

13 comentários: