segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A.

Sobre a minha vida...
Meu nome é A. e vou falar um pouco sobre minha vida.
Desde pequena eu e meus pais morávamos com minha dinda E., até que um dia a minha mãe engravidou, veio o meu irmão N. e nos já estávamos morando atrás da casa da minha avó M., era uma casa de madeira.
Com o tempo, minha mãe já estava cansada de temos que estar sempre trocando de lugar, então ela decidiu ir na prefeitura pedir um terreno para nós construirmos uma casa, para nunca mais ter que se mudar.
Construímos nossa casa todos juntos, conforme os anos foram passando, terminamos a casa, daí minha mãe engravidou, veio o meu irmão R. e nós estávamos felizes com a nova casa.
Até que um certo dia, eu e minha prima  estávamos indo na igreja com minha dinda, minha avó e o namorado da minha dinda, daí ela se sentiu mal e voltou para casa, quando nós voltamos para casa nos fomos até a casa da minha prima R. e vimos a mãe dela morta em cima da cama, nós nos desesperamos, fomos mexer nela e ela estava gelada, ela tinha tomado remédio para morrer, ninguém sabe porque ela tomou, enfim fomos chamar nossos parentes.
Lembro que levei minha prima para fora, o irmão dela já estava lá fora com os nossos amigos,     só que antes disso a minha prima já tinha uma irmã adotada, ela tinha ido para o Lar Esperança e a mãe da Rita tinha ido para a cadeia, tudo por que tinha umas pessoas indo lá no conselho falar mal dela.
Alguns dias depois, o ex marido da dinda E. veio buscar os filhos dele, era para o E. ter ido junto, mas ele se escondeu embaixo da cama, era para mim também ter ido junto, mas não tinha lugar no fusca, já que a minha prima e o meu primo foram eles para Serafina Corrêa.
Na volta para casa, eles sofreram um acidente, um ônibus bateu neles, só a minha prima e o  meu primo sobreviveram, os outros, só encontraram os pedaços deles no asfalto. Imagina, era para mim ter ido junto, eles estavam em 7 dentro do fusca, morreram  5 e sobreviveram 2.
Minha prima machucou as pernas e meu primo a cabeça, ele perdeu a memória, tiveram que ficar no hospital vários dias.
Hoje vários anos se passaram e nós ainda sofremos. Meus primos seguem até hoje indo à   Passo Fundo para fazer exames e cirurgias.
Não foi e nem é nada fácil, ter praticamente 6 membros da família mortos e ficar longe de  uma prima que agente nem sabe direito como esta, mas vamos  levando a vida como dá.

Atualmente nos encontramos, fazemos churrasco, mas todos com certeza lembram e estão abalados por dentro. Nos últimos tempos, minha outra dinda ganhou bebê, estamos muito feliz com isso.

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