Um
pouquinho da minha vida.
Bom! Então vou começar...
O nascimento e o crescimento de uma criança é sempre esperado, mas não
no meu caso. Minha mãe e meu pai não queriam ter filhos tão cedo, meu pai tinha
só 17 anos e minha mãe 20.
Minha vida não era tão fácil, morávamos
em um casebre, não tínhamos luz e nem água, chovia muito dentro de casa,
eu e minha irmã estávamos sempre
doentes, assim minha mãe não tinha como trabalhar.
Quando eu tinha aproximadamente 2 anos, contam que eu estava em uma
escadinha, ia subir até a porta com meu pai e meu primo, então minha mãe chamou
meu pai e meu primo para ir ver uma noticia na TV, eles me deixaram lá fora,
foi ai que caí numa poça de bosta, estava me afogando, até que meu primo percebeu
que eu não estava mais na porta e me salvou.
Se passaram alguns dias e eu estava com gripe devido a minha aventura
na poça e também o frio muito intenso, meu pai trabalhava numa carroça puxada
por uma égua chamada a ``Branca``, puxava papelão e fazia fretes, então ele
teve de me levar ao hospital.
Nessa época era quase impossível
conseguir uma ficha no hospital se não chegasse muito cedo. Como meu pai havia
trabalhado até tarde no dia anterior, deu uma cochilada e perto das 5 horas da
manhã, quando acordou, já tinham aberto o posto, todos que estavam junto com
ele na fila estavam sendo atendidos e não tinha mais fichas.
Como meu pai percebeu que eu não
estava nada bem, ele começou a discutir com a atendente, parecia que ele não
via que eu não estava bem, então meu pai disse que iria até o fórum falar com o
promotor, mas graças a Deus não foi preciso, as pessoas que viram que eu estava
mal, acabaram deixando eu e meu pai passarmos na frente.
Quando foram ver eu estava com um febrão, estava com uma febre de 40 graus,
mas a enfermeira disse que era normal no
inverno ter gripes fortes. Quando meu pai indignado estava indo ao fórum para
conseguir um médico, estava disposto a falar com o juiz se fosse necessário,
mas logo avistou a mesma enfermeira vindo correndo atrás dele, dizendo que havia conseguido um médico e que
eu seria encaminhado para o que fosse preciso. O médico falou que se eu tivesse
demorado mais 1 dia para ser atendido, teria morrido, estava com pneumonia e
anemia, estava muito fraco, e não era uma anemia comum, era uma anemia
incurável, mas que tem tratamento e também é rara, pois só um descendente de
italiano e um afrodescendente com um históricos de doenças como bronquite,
sinusite, asma e pneumonia poderia ter.
Fiquei muito fraco, tão fraco que não produzia muito sangue, por que
não comia, então o médico disse que deveria de fazer uma transfusão de sangue,
como minha mãe viu que era o único jeito de me salvar, ela autorizou. E quando
meus pais não tinham mais esperanças, apareceu um doador anônimo que tinha o
mesmo tipo de sangue que o meu e fez a doação e por isso hoje estou aqui e a
única marca que tenho é a anemia sem cura, mas que dá para viver .
Os anos se passam e fui
aprendendo as coisas, aprendi a jogar futebol, a pescar, estudar, ter amigos...
Hoje tenho 14 anos e estou a tempo de viver novas experiências, fazer novas amizades, enfim viver como se deve, sem
medo de errar, de arriscar, de tentar e principalmente, sem medo de ser feliz.
Também escrevo poemas, e este é um dos melhores.
AMOR??
Desde que nos conhecemos,
Muita coisa vivemos,
Momentos engraçados,
Felizes,
Alguns tristes.
Tivemos sentimentos de compreensão,
Cumplicidade,
Consideração,
Amizade,
Mas percebi algo mudar,
Quando vi você chorar.
Quis te proteger,
Nos meus braços te acolher.
Não deixei que lhe fizessem nenhum mal,
Pois sempre fora uma pessoa irreal,
Sabe que seria injusta a realidade,
Se não reservasse a você só a felicidade.
Desculpe!
Mas você aparece nos meus sonhos frequentemente,
Tem sido dona dos meus pensamentos,
E também do meu mais puro sentimento.
Enfim, não dá mais para segurar,
Me desculpe por te amar!
(L.F.)
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