segunda-feira, 23 de setembro de 2013

L.F.

                               Um pouquinho da minha vida.

Bom! Então vou começar...
O nascimento e o crescimento de uma criança é sempre esperado, mas não no meu caso. Minha mãe e meu pai não queriam ter filhos tão cedo, meu pai tinha  só 17 anos e  minha mãe 20.
Minha vida não era tão fácil, morávamos  em um casebre, não tínhamos luz e nem água, chovia muito dentro de casa, eu e  minha irmã estávamos sempre doentes, assim minha mãe não tinha como trabalhar.
Quando eu tinha aproximadamente 2 anos, contam que eu estava em uma escadinha, ia subir até a porta com meu pai e meu primo, então minha mãe chamou meu pai e meu primo para ir ver uma noticia na TV, eles me deixaram lá fora, foi ai que caí numa poça de bosta, estava me afogando, até que meu primo percebeu que eu não estava mais na porta e me salvou.
Se passaram alguns dias e eu estava com gripe devido a minha aventura na poça e também o frio muito intenso, meu pai trabalhava numa carroça puxada por uma égua chamada a ``Branca``, puxava papelão e fazia fretes, então ele teve de me levar ao hospital.
Nessa época  era quase impossível conseguir uma ficha no hospital se não chegasse muito cedo. Como meu pai havia trabalhado até tarde no dia anterior, deu uma cochilada e perto das 5 horas da manhã, quando acordou, já tinham aberto o posto, todos que estavam junto com ele na fila estavam sendo atendidos e não tinha mais fichas.
 Como meu pai percebeu que eu não estava nada bem, ele começou a discutir com a atendente, parecia que ele não via que eu não estava bem, então meu pai disse que iria até o fórum falar com o promotor, mas graças a Deus não foi preciso, as pessoas que viram que eu estava mal, acabaram deixando eu e meu pai passarmos na frente.
Quando foram ver eu estava com um febrão, estava com uma febre de 40 graus, mas a enfermeira disse  que era normal no inverno ter gripes fortes. Quando meu pai indignado estava indo ao fórum para conseguir um médico, estava disposto a falar com o juiz se fosse necessário, mas logo avistou a mesma enfermeira vindo correndo atrás dele,  dizendo que havia conseguido um médico e que eu seria encaminhado para o que fosse preciso. O médico falou que se eu tivesse demorado mais 1 dia para ser atendido, teria morrido, estava com pneumonia e anemia, estava muito fraco, e não era uma anemia comum, era uma anemia incurável, mas que tem tratamento e também é rara, pois só um descendente de italiano e um afrodescendente com um históricos de doenças como bronquite, sinusite, asma e pneumonia poderia ter.
Fiquei muito fraco, tão fraco que não produzia muito sangue, por que não comia, então o médico disse que deveria de fazer uma transfusão de sangue, como minha mãe viu que era o único jeito de me salvar, ela autorizou. E quando meus pais não tinham mais esperanças, apareceu um doador anônimo que tinha o mesmo tipo de sangue que o meu e fez a doação e por isso hoje estou aqui e a única marca que tenho é a anemia sem cura, mas que dá para viver .
Os anos se passam  e fui aprendendo as coisas, aprendi a jogar futebol, a pescar, estudar, ter amigos... Hoje tenho 14 anos e estou a tempo de viver novas experiências, fazer  novas amizades, enfim viver como se deve, sem medo de errar, de arriscar, de tentar e principalmente, sem  medo de ser feliz.
Também escrevo poemas, e este é um dos melhores.
AMOR??
Desde que nos conhecemos,
Muita coisa vivemos,
Momentos engraçados,
Felizes,
Alguns tristes.
Tivemos sentimentos de compreensão,
Cumplicidade,
Consideração,
Amizade,
Mas percebi algo mudar,
Quando vi você chorar.
Quis te proteger,
Nos meus braços te acolher.
Não deixei que lhe fizessem nenhum mal,
Pois sempre fora uma pessoa irreal,
Sabe que seria injusta a realidade,
Se não reservasse a você só a felicidade.
Desculpe!
Mas você aparece nos meus sonhos frequentemente,
Tem sido dona dos meus pensamentos,
E também do meu mais puro sentimento.
Enfim, não dá mais para segurar,
Me desculpe por te amar!

(L.F.)

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